Não adianta querer começar a semana adiando as segundas. É como adiar o despertador, ele vai tocar de novo. Mesmo que você o arremesse pela janela, ele continuará na mente.
A sensação às vezes dá sinais já no domingo. Quando você vê ela já está aí pesada sonolenta, devagar.
A segunda é inevitável, não tem como fugir. Seja por ressaca, depressão, cansaço ou falta de saco, ela vai te pegar de qualquer jeito.
Mesmo que você levante e não se encare no espelho, ela vai estar por todos os lados à sua volta. Mesmo se fechar os olhos e não sair do quarto, você vai sentir o clima de segunda. Mesmo que você esteja numa sala cheia de pessoas e elas falem de outra coisa, todos sabem que estão naquele dia da semana.
As segundas nos lembram que somos humanos, somos fracos, somos lerdos, somos indecisos, que muitas vezes erramos, que podemos ser egoístas, chatos ou até invisíveis.
Elas nos matam aos poucos. É a morte lenta marcada no calendário.
Mas segundas estão aí para nos dizer algo, mesmo que com um mau humor, má vontade, lentidão, ou com aquela sensação de repetição.
Quer se livrar da segunda, então encara de primeira. Faça como o atleta, o artista ou o profissional que sabe que em certos momentos de sua vida tudo depende dos próximos segundos.
Nenhum deles pensa ou analisa muito a situação, apenas se lança no risco, no improvável, na coisa que pode ainda ser feita ou no sonho que você ainda vai acreditar.
As segundas chegam. O tempo pesa.
Mas se você conseguir sair um pouco fora dessa rotina, vai sentir um frescor danado, uma sensação de estar livre e além de planos, calendários, tarefas.
Use a contradição e o peso da segundas para alavancar as ideias e emoções que mais importam.
Você não pode voar mas sua mente pode.
Boa segunda.