Em tempos digitais todos temos espaço e voz de alguma forma. Em blogs, redes, twitter, em vídeos, fotos e perfis sociais podemos expressar ideias como nunca.
É a oportunidade e o risco de estarmos globalmente conectados. A tecnologia permite que uma pessoa compartilhe e divulgue o que quiser a qualquer hora em diversos meios, de um computador, celular, tablet ou laptop.
Qualquer um agora é um possível gerador de informação. Sem censura, limitação, restrição Todos somos de alguma forma multiplicadores de coisas nossas ou dos outros. Somos tudo ao mesmo tempo, querendo ou não: rádio, cinema, teatro, artes, performance, mestres, estudantes, cientistas, criadores, uma mídia independente ambulante e falante.
E com nossas redes, tribos e conexões, ampliamos essa voz por centenas e milhares. A cauda é longa e se estende para todos os lados mas no fim todos fazem parte do mesmo círculo.
Talvez por isso as pessoas estejam mais aceleradas, ansiosas, querendo mais e mais em menos tempo, devorando informação e se alimentando de emoções intensas, numa roda digital que não pára de acelerar.
Neste circo digital as intensidades emocionais tomam a forma de caleidoscópio que nos entretem e paralisam nossos olhos, sugando uma atenção e tempo cada vez maior.
Da televisão costumava-se fugir nos comerciais ou pela variedade de programas disponíveis. Agora on line todos permanecem grudados em suas pequenas telas e veem o que querem a qualquer hora, criando mais dependência e inércia, muito barulho cercado por um grande vazio.
No meio disso tudo temos o contraponto de não sabermos muito bem para onde estamos indo coletivamente. Segundo a ONU existem 7 bilhões de pessoas no mundo, 6 bilhões tem celulares mas 2,5 bilhões não tem acesso a saneamento básico, ou seja, banheiros, privada, esgoto.
Nesta hora encolhemos os ombros e dizermos que não somos nada. Não temos muito que fazer a não ser botar a culpa nas ideologias, nos partidos, nos governos, na sociedade capitalista, em alguma coisa externa e identificável.
Na grande plateia virtual e digital nunca fomos tão exigentes com o que vemos e lemos. Se carregamos tanta informação, cursos, títulos, dados, culturas, certezas, preferências e verdades com nossos egos inchados e superestimulados, em que momento iremos parar, nos olhar e avaliar realmente o que estamos fazendo?
Podemos Ser Mais se não separarmos o que somos on line com o que exercemos na vida real, no dia a dia, na forma que falamos e tratamos com os outros, na maneira que defendemos o que pensamos, trabalhando no que acreditamos, fazendo o que precisamos e principalmente o que não precisamos ou não somos obrigados, sendo solidários e mais coletivos.
Já aceleramos tanto que o futuro já está aqui, muito antes do que imaginamos. Somos tudo e somos nada.
O que vai acontecer daqui para a frente depende muito mais de cada um do que parece. Pegue um pouco disso e multiplique por bilhões para ver o que acontece.
@robertotostes