Segundo muitos antropólogos, a arte de contar histórias sempre fez parte do cotidiano do homem. É uma conexão essencial entre a pessoa que conta e quem ouve. Nossa mente detecta padrões e significados nas formas da natureza, como um rosto, uma flor e até em sons. As histórias servem também para compartilhar informações, memórias, visões do mundo e de grupos de pessoas.
Elas são universais, o modo como as contamos é que muda conforme a tecnologia. Todas as novas mídias trouxeram alguma contribuição em termos de variação da narrativa.
A revolução da imprensa permitiu grandes tiragens dos impressos e o surgimento de jornais, novelas, romances. Com a invenção do cinema desenvolveu-se uma linguagem cinematográfica. Por causa da televisão, surgiram as histórias mais curtas, “sitcoms”, cuja estrutura básica permanece até hoje ainda nas séries de tevê paga.
Com a produção de mídia em massa e em escala industrial e global, passamos a ter uma grande variedade de opções: revistas, jornais, filmes, músicas, teatro, tevê, quadrinhos.
A Internet é a primeira mídia real que pode agir como todas estas mídias. Ela usa texto, imagens, áudio, vídeo e outros recursos. Não é obrigatoriamente linear ou limitada, graças ao vasto espaço da web e seus hyperlinks. É por natureza uma mídia participativa, instigando os usuários à interatividade, à resposta, ao comentário, à continuidade.
Apesar de ter servido inicialmente para transmitir formatos já conhecidos de mídia, a web já começou a mostrar que é uma linguagem com características próprias.
Com recursos multimídia e milhões de pessoas acessando com conexões rápidas, compartilhamento de arquivos, jogos on line, novas formas de vender e divulgar artistas/produtos e a força das redes sociais, ela já começa também a afetar a forma tradicional de contar histórias.
Podemos descrevê-la como um tipo de ficção/história em que você agora pode ir muito mais a fundo do que oferece um programa de tevê ou um filme.
Isto pode acontecer com um livro/ história / game que vira uma série, gera filmes, seriados, produtos, com participação do público / audiência que define/ remodela histórias. Informações, extras, filmes teasers que podem criar expectativas, divulgar rumores, e criar demanda antes mesmo do “produto final”.
Mesmo com toda tecnologia, as pessoas ainda querem mergulhar nas histórias. Elas querem ser envolvidas em tramas, enredos, desafios, aventuras, entrar nestas realidades e jogar, como se estes mundos fossem parte real delas mesmas.
Como criar histórias com estes novos recursos e manter leitores/espectadores atentos?
Autores/roteiristas/ escritores em filmes/videogames/livros/publicidade/tecnologia estão experimentando novos recursos nesta “arte de contar histórias”, adaptando-se à era digital de web e interatividade.
E você, já pensou nisso?
fonte: Tradução Livre de Artigo na Wired sobre o livro The Art of Immersion
publicado também na Webdiálogos
@robertotostes